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terça-feira, 31 de agosto de 2021

QUINTO DIA

 Bom dia!

    Depois de um texto tão longo, necessário mesmo um longo período de silêncio, ainda que ele tenha sido determinado por desídia em um dos dias e horário no outro.

    A viagem entre a Indaiatuba e São Roque de Minas somente contou com o destaque para as estradas de São Paulo, seja pelo complexo sistema viário que funciona de forma excepcional, como pela qualidade da pista e, adicionalmente para quem viaja de moto, pedágio free. Logo, grande parte do trajeto foi mesmo muito divertido e com pouco trabalho. Um pilotagem divertida. 

    O GPS encontrou um atalho por uma estrada que eu nunca havia feito antes. As outras vezes que foi à Serra da Canastra fui direto para a MG 050 até próximo de São Sebastião do Paraíso e tomava a via em direção a Passos. Agora, seguindo o trajeto sugerido (sem programação no basecamp), depois do ponto referido, viajamos na direção de Guarenésia e Guaxupé, até as proximidades de Muzambinho, quando tomamos à direita e passamos por Alpinópolis, entrando na  MG 050 muito próximo do complexo de furnas. Com bastante tempo para chegar em São Roque de Minas, passeamos pelo interior da hidroelétrica e depois contornamos, pela estrada principal, lentamente, o lago de alimentação da usina. Uma sensação bem divida: a paisagem é maravilhosa e agora os paredões estão mais exuberantes, mas uma tristeza ver o baixo volume de água, confirmando tudo que vem sendo dito na imprensa sobre o colapso que se aproxima.

    Encontramos a mesma São Roque de Minas, agora com pouca gente. Claro que todas as outra vezes lá estive durante o final de semana ou em feriado prolongado. Agora cheguei no domingo, quando a maioria dos turistas já haviam saído. No domingo o Restaurante Zagaia, nosso velho point, estava fechado para descanso semanal e elegemos o restaurante Velho Chico. Excelente opção, ainda que bem mais longe do hotel (morro acima). A caminhada se justifica.

    Ao final, ainda uma passagem pelo centrinho e depois fomos rever malas e descansar para tocada do dia seguinte.

    O dia de ontem foi somente de estrada. Foram cerca de 970 km e já saímos, para um trajeto dessa envergadura, um pouco tarde do hotel, porque resolvemos esperar o café da manhã que só começou a ser oferecido após as 7,00 horas. O resultado foi pilotar os últimos 70 km à note e por uma estrada muito mal sinalizada. O trajeto poderia ser mais curto, mas não foi recomendado porque teríamos que ir por uma estrada de terra e que não estava em boas condições, o que demandaria ainda mais tempo. 

    Sobre a peculiaridade de informações sobre a estrada vale contar que em todas as vezes (pelo menos cinco) que tentávamos definir o trajeto e perguntávamos para alguém sobre as condições que encontraríamos, a resposta era sempre a mesma: "tem partes que ela está boa".

    O itinerário de ontem foi um misto das sugestões do google map e do gps. Voltamos de São Roque de Minas para Puimhi, retomando a MG 050 por (ainda bem, porque o trânsito...) pequeno trecho e seguindo por estrada secundária para Pains (capital mundial do calcário, seja lá o que isso quer dizer), depois Argos, onde encontramos a MG 354 até encontrar a BR 262, nas proximidades de Campos Altos. Deixamos está última estrada na Ibiá, depois Patrocínio, até atingir a metade do percurso em Catalão. De Catalão seguimos pela MG 330 até Anápolis. 

    A sorte é que o hotel tem um restaurante muito bom e foi possível tomar um banho e descer para jantar sem muito movimento. Mas ainda assim foi um jantar excepcional. O único tom destoante foi o blood mary que pedi, porque estava com muita vontade, e veio o pior que já experimentei até hoje. Tanto que uso a expressão experimentei, porque foi mesmo literal. Não bebi. Mas o meu prato e a seleção de queijos (a título de sobremesa e para concluir o vinho), compensaram a frustração inicial.

    Hoje, vamos para Pirenópolis. Não sei se terei assunto, mas prometo que volto para tentar publicar algumas fotos minhas e muitas do Davi.

    Abraços e obrigado pela companhia.

sábado, 28 de agosto de 2021

SEGUNDO DIA

    Preciso fazer um alerta, como já fiz em outras viagens: este é um blog que tem a finalidade de comunicar de forma rápida vários amigos e familiares onde me encontro e como está correndo a viagem. Por isso, ele nunca sobre uma revisão. Escrevo e pronto, publico! Muitas vezes, o que não é o caso de hoje, redijo depois de algum chopp ou vinho. Relendo me espanto, porque não me imagino (me subestimo) com capacidade para tantos erros. Depois que passou, aí é que não vou corrigir mesmo.

   Dito isso, no horário marcado nos encontramos para o café, já com todo o equipamento nas motos, devidamente abastecidas para o primeiro período do trajeto. Saímos pontualmente 8,00 horas.

    Mas o dia de hoje me reservou grandes alegrias, me trouxe várias lembranças e fez com que a viagem fosse marcada por um sentimento de felicidade. Carregada de saudade, é verdade, mas muito vívida. Conto:

    Já estava na moto e a ponto de arrancar, quando recebi uma mensagem muito especial da minha amiga Vanda que, desde Portugal, registrou o início da viagem e desejou que corresse tudo bem. Era portadora, também, de um abraço do Marco, que enviava lá de Angola. Dois amigos pelos quais tenho tanto apreço que as manifestações foram um verdadeiro regalo. Viajei pensando neles e imaginando como seria bom poder dividir a estradinha de muitas curvas e não poucos buracos, na qual somos envolvido pela mata verde e por um clima de verdadeira paz. Uma via para a gente deslizar e querer que demore muito para chegar ao destino. 

    Quando saímos da Rodovia Regis Bittencourt, passamos Juquiá, e efetivamente apanhamos a SP 139, me antecipei em fazer mentalmente esse caminho que sempre me apraz. Voei um pouco adiante com certa euforia porque passaria em um pequeno trecho da Serra da Macaca, no município de Tapiraí. O mesmo movimento que me levou adiante, repentinamente me fez retroceder para lembrar que conheci essa estrada quando fui a Itu fazer um curso de pilotagem offroad em big-trail. Havia comprado, fazia pouco, a Super Tènèrè 1200 e ainda estava assustado com o tamanho. Por puro acaso tomei conhecimento que o Ricardo Atacama e o Eduardo Wermelinger (escudados em suas empresas) estavam trazendo dois pilotos portugueses para ministrar esse curso: Carlos Azevedo e Carlos Martins. Ter conhecido esses dois pilotos, hoje amigos especiais, me levou a fazer a primeira viagem com a Motosplorers (Islândia), seguida de tantas outras. Foi, então, por toda essa coincidência que terminei encontrando Vanda e Marcos no tour do Sul da África. Está bem, vocês podem estar pensando que forcei a barra para contar sobre a mensagem. Ocorre que chegando ao hotel fui conferir a data em que ocorreu o curso e me surpreendi ao constatar que foi no final de agosto de 2011. Portanto, exatamente quando completa dez anos do início dessa trama, tudo acontece. Não, eu não acredito em acaso, destino e quejandos, mas que essa situação toda me conferiu enorme prazer. 

    Registrei também outras mensagens que considero importante e pela quais agradeço com muito carinho.

    Querem mais? Logo que saímos de Juquiá, eu estava na frente, verifiquei que logo atrás da moto do Davi vinha uma moto pequena. Como no trajeto inicial havia um certo movimento de veículos e ninguém tinha condições de ultrapassar, seguimos os três "em formação". No entanto, quando aumentamos a velocidade depois passar por quem estava mais devagar, percebi que a moto mantinha a mesma tocada e a mesma distância, o que permaneceu inalterado quando passamos a trafegar por uma via bem mais complicada, com muitos buracos e curvas mais acentuadas. Tive a sensação que aquele motociclista poderia nos ultrapassar quando quisesse, mas estava resolvido a nos fazer companhia. Gostei da atitude e fiquei pensando como são interessantes essas comunhões precárias e circunstancias. Elas não estão fundadas em nenhum interesse, senão em uma sintonia ocasional de desfrutar veladamente uma companhia de viagem que se dissolverá em pouco tempo, mas que revela um determinado grau de companheirismo. Nunca saberei sobre quem foi nosso companheiro, ele nunca saberá de nós. No entanto, lembraremos para sempre que um dia viajamos quase 70 quilômetros em harmonica cumplicidade. Pensei que esse era um sentimento muito particular meu. No entanto, quando a estrada ficou melhor e já estávamos praticamente chegando em Piedade, o parceiro momentâneo acelerou a sua Tornado, emparelhou e fez um amistoso e respeitoso gesto de agradecimento a que correspondi com a mesma intensidade, depois passou pelo Davi, que neste momento já estava na frente, cumprimentou e fez-se perder de vista. 

    Guardo hoje como um muito especial da viagem que recém inicia. 

    Desde a garagem do hotel partimos vestindo capa de chuva e só foi possível tirar na garagem do hotel em Indaiatuba. Ainda quando tivemos algumas tréguas, o piso esteve sempre molhado. Para quem viu aquelas motos coxinhas, limpinhas e enceradas de ontem e as roupas como as da foto que publicarei abaixo, informo que hoje já estamos timbrados pela normal "sujidade" das estradas. Aos poucos vamos mostrando também isso.

   Aproveitei para definir, entre tantos, qual o guia via satélite ou  sinal telefônico me guiará nas demais jornadas. Liguei ao mesmo tempo o navegador da BMW e o velho bom Garmin, com mapa  do TRS. O Davi segue usando o Google Maps, tendo abandonado definitivamente o GPS. Defini que minha melhor companhia continua sendo o Zumo. A partir daqui volto ao sistema com o qual já estou mais do que acostumado. Não teremos problemas de conflito porque combinamos que quem está na frente guia-se e conduz o "comboio" pelo aplicativo que adotou. Podemos demorar pouco mais, mas certamente em algum momento chegaremos.

   Já vai longa a história. Quando possível retorno. Amanhã provavelmente estaremos na Serra da Canastra e, por isso, não tenho muita fé no sinal. Em outras vezes em que lá estive não foi muito legal.  Veremos!

Foto de ontem, enviada pelo Davi, que mandou outras mas ainda não consegui capturar.



sexta-feira, 27 de agosto de 2021

COMEÇOU!

Começou! Começou! Começou! gritaria entusiasmado Galvão Bueno se fosse contratado para narrar a viagem. Nós, no entanto, simplesmente estamos anunciando que começou a esperada viagem. Nem dá para adjetivar com "tão esperada" porque passou muito rápido desde o início da preparação. O tempo passou rápido e nós fomos ao encontro dele para ajudar. Esclareço: pegaríamos a estrada no dia 01 de setembro, bem cedo. Depois evoluímos para sair no período da tarde do dia anterior. Veio a ideia de dois dias de licença e então poderíamos já sair no domingo, depois sábado. Mas saímos hoje. 

Muito interessante sair em viagem um dia antes de começar a viagem. As motos foram revisadas, ajustados os componentes, trocados todos os líquidos e, melhor, foram calçadas com pneus novos. Outro veículo. É preciso acostumar com o novo ajuste para as marchas, o peso da embreagem, a dosagem do freio, o grip dos pneus, e a regulagem do acelerador com a vontade de abrir o gás. Como a viagem a Curitiba é corriqueira nas nossas vidas, a atenção ficou concentrada nas motos e na pilotagem. O tempo enferruscado não ofereceu nenhuma paisagem digna de nota. 

Saímos de Florianópolis, exatamente na hora marcada com um tempo fechado e sem chuva, com temperatura entre 20 e 22 graus. Foi assim até Joinville, onde fizemos a primeira a única parada, mas somente para abastecer. Nem mesmo um café. No início da subida da serra passamos a ser acompanhado de neblina e uma garoa muito fina e já pela metade estávamos com 13 graus de temperatura. No alto da serra tivemos 12 graus e voltamos aos 13, que é exatamente a temperatura de agora. 

A pilotagem foi tranquila e mantivemos uma boa média sem velocidade digna de nota.

Nos instalamos no Batel pela proximidade com muitos e bons restaurantes. Optamos hoje por comida mexicana. Estava mesmo muito boa.

Já havíamos ajustado as máquinas, restava refinar, ao menos parcialmente, o trajeto, que estava até agora (e acho até que permanece) um pouco disperso. Mas já dá para ter uma ideia.

Vai ainda cerca de dois dias para acertar a dinâmica das malas, mochilas e todos os cabos e carregadores usados no apartamento do hotel e/ou na moto. Ainda fica algum deslocado e não totalmente funcional. Mas teremos tempos para aperfeiçoar.

Na verdade sair hoje somente fracionou o trajeto de um dia, não havendo modificação nos dias que se seguirão. A vantagem é que amanhã, que será um dia de pilotagem com boa parte com chuva e com bom trecho de pista simples, estreita e de asfalto ruim, poderemos ir com mais calma e, inclusive, sair com um pouco mais de folga do hotel.

Para o primeiro dia, acho que já foi informação demais. Amanhã, sem promessa, volto para detalhar o trecho do dia. 

Boa noite para todos e espero contar com a companhia de todos pelos próximo não sei quantos dias... 

Algumas fotos só para marcar a hora da saída. 








quinta-feira, 26 de agosto de 2021

CHEGANDO A HORA

     Motos revisadas e com pneus novos, agora o problema está somente em conter a ansiedade para a partida. 

    O trajeto já sofreu alguns reajustes, exatamente pelo fato de ser pensado para ser flexível. 

    A preocupação neste momento fica por conta do clima, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais que, segundo informações de amigo que estava rodando por lá: faz frio no período da noite e calor intenso durante o dia. De outro lado, há esperança que com o treinamento que temos por aqui consigamos resistir bem essas oscilações. 

    Ainda paira dúvida sobre a primeira etapa da viagem. Iremos sexta até Curitiba ou no sábado direto em algum lugar no estado de São Paulo. 

   Aguardem os próximos passos. 

    Ficou estranho esta publicação, mas ela esta servindo de teste de funcionamento e também de redutor de ansiedade.

    Abraço a todos. Até breve.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

AINDA SOBRE A NOVA VIAGEM

 Caros amigos e seguidores.

Dando continuidade à preparação da viagem, no final de semana do dia 07 e 08 passados Davi e eu fizemos uma viagem para o ajuste fino da sintonia e para fazermos quilometragem que se aproxime da prevista para a revisão normal das motos, para evitar inspeção durante o curso da viagem. 

No primeira tocada fomos direto a Treze Tílias, onde fizemos um lanche/almoço em uma padaria. Terminado o convescote, resolvemos que seria muito cedo para procurar uma hospedagem e resolvemos seguir adiante e pilotamos na direção de Erechim. Ainda em Treze Tílias havíamos mapeado um hotel, mas só resolvemos mesmo quando já lá estávamos.

Jantamos em uma tradicional cantina italiana, mas que havia trocado de dono naqueles dias. Já não é a mesma coisa, mas encontramos um bom vinho e ficou tudo certo.

No dia seguinte partimos na direção de Gaurama, Viadutos e curtimos uma linda estrada de terra entre esta última cidade e Maximiliano de Almeida. Depois fomos a Machadinho. Em Machadinho nos separamos, tendo o Davi voltado para Florianópolis e eu seguido em direção a Porto Alegre. A descida da serra entre Vacaria e Novo Hamburgo, pela BR 116, foi especial. O dia estava propicio para uma viagem de moto por aquela estrada cênica.

Voltei para Florianópolis no domingo, depois de almoçar com o pai em Capão da Canoa para comemorar o dia dele. 

Esta é uma publicação de espera para a viagem que inicia efetivamente no dia 28 de agosto. Até lá! Ou a qualquer momento com novas informações.

Abraços