Bom dia.
Com a "regularidade" de sempre, volto para contar alguns detalhes da viagem.
É sempre difícil, sem parecer mero entusiasmo, relatar as paisagens do nordeste. Já contei sobre o que vimos até Maragogi e soa como se eu "carregasse nas tintas" para dar um tom especial à viagem. Ocorre que mesmo que exagerasse, seria difícil descrever a beleza das paisagens.
Ontem eu dizia ao Davi de que, diversamente de outras vezes, este ano estamos encontrando tudo muito verde e com tons muito bonitos.
Desde Maragogi, a primeira praia de Alagoas para quem desce a faixa costeira, até Piaçabuçu, passando por dentro de Maceió, percorremos todo o litoral de Alagoas. Nosso objetivo, além de desfrutar a paisagem de mar e coqueirais, era chegar à foz do Rio São Francisco. Três semanas antes havíamos passado na altura de sua nascente e viemos então vê-lo "bater no meio do mar", na linda imagem poética de Luiz Gonzaga.
Neste trecho encontramos um inusitado transporte de peixe, como pode ser visto em duas fotos registradas pelo Davi e que estarão publicadas abaixo. Logo após iniciou uma chuva e tanto, que nos acompanhou até pouco antes de Piçabuçu, o que também foi registrado no filme que estará abaixo.
Mais tarde colhemos o fruto de um erro que deu muito certo. Meu GPS normalmente está regulado para evitar balsas (função que modifico em condições especiais). No entanto, quando estava em Palmas e sabedor de que iria passar uma balsa em entre Filadélfia-TO e Carolina-MA, para ir para a Chapada das Mesas, desabilitei a restrição e esqueci de reativa-la posteriormente. Quando saímos de Piaçabuçu em direção a Aracaju pilotamos na direção de Penedo, o que é normal em qualquer circunstância, mas o aparelho nos indicou a passagem de uma balsa para Neópolis-SE. Eu não sabia da balsa e quando o Davi perguntou se iriamos atravessar o rio alí eu respondi que não, acreditando na configuração do GPS. Eu estava errado, o aparelho estava configurado errado, mas o passeio deu muito certo. Passar o São Francisco a poucos quilômetros da foz foi um inesperado e grato equívoco.
Reencontrei um Aracaju totalmente diferente. A avenida litorânea, na Ponta de Atalaia, onde ficamos, está totalmente modificada e muito linda. A beleza natural preservada, mas com obras que conferem mais conforto para a população. Passeamos tranquilamente entre restaurantes, quadras esportivas, calçadas amplas para caminhadas e brincadeiras das crianças até tarde da noite.
No dia seguinte ainda tivemos mais, descemos todo o litoral restante de Sergipe e entramos na Bahia pela Linha Verde, uma das estradas mais incríveis e onde estão as principais praias daquele Estado. Paramos em um Posto Policial para conferir as indicações dos equipamentos de navegação fomos atendidos de forma muito amigável e recebemos indicações precisas dos policiais que nos atenderam.
O tom não muito especial da viagem, que ontem foi longa demais, foi encarar a BR 101, entre Feira de Santana e a entrada para Ilhéus, sem duplicação e com um trânsito que a Sandra Annemberg qualificaria como "deselegante", o que acrescentou aumentou o desgaste físico sentido ao final do trecho. No ânimo, no entanto, nos tomou quando saímos da 101 e tomamos a BA-655, em Uruçuca, porque tomamos a chamada "estrada do côco". Uma passeio entre túneis de bambus e coqueirais. Acompanhados de uma lua cheia, ou quase cheia, "no que no es lo mismo, pero es igual" (Silvio Rodrigues) flanamos por cerca de 70 quilômetros no final da tarde. Estávamos prontos para encarar o Vesúvio. Este restaurante, que fica cerca de 100 metros da pousada, é povoado por personagens de Jorge Amado e de suas lembranças. Algumas canecas acompanhadas por um delicioso quibe de abertura e de um filé digno do lugar, foram o gran finale de um dia recheado de paisagens de lembranças.
Hoje de dia de parada estratégica em Ilhéus.
Foto Desconhecido que gentilmente se ofereceu para
Foto Davi
Foto Davi
Foto Davi
Foto Davi
Foto Davi
Video Davi