Caros, volto para cumprir a promessa de encerrar o relato.
Como havia comentado, ficamos em Belo Horizonte para dar um trato nas motos. Em ambas as empresas fomos muito bem atendidos e, no meu caso, a revisão foi muito bem executada.
Aproveitamos a estada em BH para compras e para curtir bom restaurantes. Na última noite aproveitamos para conhecer o "Topo do Mundo". Sem poder evitar o trocadilho, foi o "ponto alto" do tour. Localizado em uma torre, em um dos pontos mais altos da cidade, entrega uma vista deslumbrante. No meio disso tudo, a comida é excelente e a carta de vinhos tem preços honestos, o que não vimos muito por aí durante o percurso.
No dia seguinte a ideia era mesmo a de encurtar a distância que nos separava de casa. Enfrentamos a Fernão Dias, com direito a engarrafamento longo, que vencemos pelo acostamento, porque naquelas paragens os caminhões não dão qualquer oportunidade do trânsito pelo corredor. Corremos o risco, mas tudo correu muito bem. Pernoitamos no estado de São Paulo, com jantar no próprio hotel e algumas porções de gin/tônica e revisão de momentos dos últimos dias sobre as motos.
Partimos para a última etapa sem saber que ainda enfrentaríamos o desafio final de ter que trafegar pelo corredor de um enorme engarrafamento de 37 km, entre Penha e Balneário Camboriú e um pouco menos na chegada de Florianópolis.
Nenhum incidente nos 28 dias de viagem. Um trajeto longo de 10.800 km nesta fase, somados aos 3.000 km da fase de preparação e do primeiro trecho, porque a viagem toda estava projetada para envolver o Chuí.
Ainda não contei, porque preferi deixar para o final, com nasceu esse projeto. Um dia, que intencionalmente não adjetivo, o Davi e eu combinamos tomar um uísque na minha casa. Ao chegar, antes mesmo de entrar, ainda no lado de fora da porta, ele enunciou o seguinte: "vou comprar uma moto big trail e quero fazer uma viagem contigo". Imediatamente respondi que se ele comprasse, eu sugeriria um trajeto pelo Brasil e estava disposto a tentar ser companhia para cumpri-lo. Poucas semanas depois a motocicleta foi comprada e o planejamento então foi imediatamente construído. Mas era e foi uma proposta que poderia ser alterada durante seu curso.
Primeiro tivemos um etapa de treinamento, mas já em parte cumprindo parte do programa. Esse estágio era fundamental dado que o Davi, apesar de experiente no motociclismo, não tinha ainda encarado um equipamento desse tipo e se tratava de fazer a sua primeira viagem longa. Fiquei impressionado com a rapidez que ele assimilou os fundamentos necessários para o cumprimento do programa. Quando saímos, com um dia de antecipação, em direção a Curitiba, nossa primeira parada, já dava para ver que não havia nenhuma razão para me preocupar com a "falta de experiência". Isso aconteceu até o final.
Foi, do meu ponto de vista, uma viagem que superou em muito a melhor das minha expectativas. Só resta agradecer a parceria cotidiana do Davi e todos aqueles que acompanharam aqui essa pequena, mas longa, aventura.
Nas primeiras publicações, logo que criei o blog eu fazia um balanço do pior e do melhor que havia encontrado no caminho. Hoje acho dispensável. No entanto, para eventuais viajantes que possa querer informações sobre as estradas , deixo registrado que (fora, claro, as principais vias paulistas) as melhores que encontramos, muito longe das demais, foram as do Ceará (mesmo as vicinais) e as piores, muito longe das demais - e no estado que mais rodamos e em regiões bem diferentes -, foram as de Minas Gerais.
Até uma próxima viagem. Abraços.
Parabéns Brandão, além de um excelente viajante você é excelente escritor. Amei teu estilo. Obrigada por compartilhar teu olhar . Grande abraço .
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